segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

MORRE EM SÃO PAULO O PETISTA MARCELO DÉDA, GOVERNADOR DE SERGIPE


Um petista que exerceu a política com P maiúsculo”. Assim a presidenta Dilma Rousseff se despediu, em nota, do governador de Sergipe, Marcelo Déda, que morreu na madrugada desta segunda-feira (02), depois de longa luta contra o câncer. Deda estava internado desde maio no hospital Sírio-Libanês.

Horas após a morte, a família postou uma mensagem no perfil do governador no Twitter: "O céu acaba de ganhar mais uma estrela. Marcelo Déda voou 'nas asas da quimera'. Paz e bem".

Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e lutava contra um câncer gastrointestinal há um ano e três meses. Déda faleceu por volta das 3h30 da madrugada desta segunda-feira, dia 2, após apresentar piora progressiva de seu estado de saúde no último sábado, dia 30 de novembro”, diz a nota oficial do Governo de Sergipe

Uma verdadeira batalha pela vida

Déda realizou uma verdadeira batalha pela vida, sempre recebendo forças de sua companheira de todas as horas e seu pilar de sustentação, Eliane Aquino. Ao longo dos meses, entre sessões de quimioterapia e radioterapia no Sírio-Libanês, Déda demonstrou perseverança e nunca se permitiu abater pela doença, deixando o povo sergipano sempre atualizado com mensagens positivas em seu perfil numa rede social.

Dois meses depois do início do tratamento, Déda optou por retomar as atividades administrativas, alegando que o “limite do trabalho é o limite da sua resistência, com fé na vida, esperança e vontade de continuar oferecendo sua contribuição ao povo sergipano”.

Déda afastou-se do cargo de governador em 27 de maio deste ano para dedicar maior atenção a seu tratamento de saúde, transmitindo sua função ao vice-governador Jackson Barreto (PMDB), o qual vem conduzindo as ações do Executivo estadual desde então.

No último dia 29 de junho, Déda foi submetido a uma cirurgia para extração do baço, cujo procedimento ocorreu de forma satisfatória, deixando a UTI no dia 6 de julho e recebendo alta-médica do hospital Sírio-Libanês no dia 24 daquele mesmo mês. As sessões de quimioterapia continuaram, e com elas, a fé e os votos de recuperação emanados pelos sergipanos.

Marcelo Déda tinha 53 anos, deixa cinco filhos, sendo três filhas (Marcela, Yasmim e Luísa), do primeiro casamento, e dois filhos (João Marcelo e Mateus), frutos de sua união com a repórter-fotográfica, Eliane Aquino, primeira-dama e secretária de Inclusão Social.


Trajetória política

Advogado formado pela Universidade Federal de Sergipe, o político estava no segundo mandato. No seu lugar assumirá o vice-governador, Jackson Barreto, do PMDB.

Natural do município de Simão Dias, Déda milita na política desde a década de 70, nos movimentos secundaristas, quando conheceu o então dirigente sindical Luiz Inácio Lula da Silva. Militante do Partido dos Trabalhadores (PT), no início dos anos 1980, Marcelo Déda foi fundamental na consolidação da legenda no Estado.

Em 1985, o PT decidiu lançar o nome de Déda para concorrer às eleições municipais de Aracaju, com o objetivo de se firmar como um partido nacional. Na eleição municipal, mesmo com recursos para a confecção de 5 mil cartazes, Déda ficou em segundo lugar com quase 19 mil votos. Logo em seguida foi eleito deputado federal por Sergipe.

Um ano depois, ele foi eleito deputado estadual com mais de 32 mil votos. O revés eleitoral ocorreu em 1990, quando tentou se reeleger para uma das cadeiras da Assembleia Legislativa. Acusado de ter priorizado as atividades legislativas em detrimento dos movimentos sociais, Marcelo Déda obteve 10% dos 33 mil votos que o elegeram em 1986.

Em 1994, foi eleito para a Câmara dos Deputados, no ano 2000, Marcelo Déda, na época um dos mais atuantes deputados federais do Brasil, ganha a eleição de prefeito de Aracaju, capital de Sergipe, ainda no primeiro turno, com 52,80% dos votos válidos, ao lado do então vice-prefeito Edvaldo Nogueira. Em 2004, Déda foi reeleito prefeito de Aracaju com 71,38% dos votos válidos, o mais votado do Brasil proporcionalmente.
Em 2010, Déda dedicou-se à reeleição, tendo como vice-governador, seu amigo Jackson Barreto de Lima. Recebendo aprovação popular por onde passava, Déda queria dar continuidade ao projeto de Governo que vinha dando resultado, numa espécie de revolução em todas as áreas, como infraestrutura, educação, saúde e inclusão social, sendo abraçado pelo povo sergipano. O resultado do pleito em outubro daquele ano atestava a vontade popular e Déda foi reeleito com 52,08%, transformando-se num dos maiores governadores que Sergipe já teve.

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