Artigo escrito por Patrick Paraense, filiado do PT Belém.
"Continuamos sendo a força política que mais tem condições de conduzir o país rumo a uma nova democracia" |
Assisti atentamente as entrevistas, OAB, Aécio, professores de direito constitucional, Serra e tantos “especialistas em vontade popular”, além da mesma imprensa que estava vibrando com a “festa cívica e democrática” que agora são contra a reforma política.
Os argumentos são os variados vão desde que a prerrogativa de chamar plebiscitos é do congresso nacional, que a proposta é inconstitucional, que o custo de um plebiscito é muito alto, mas nenhum comentário disse que uma constituinte própria para resignificar o papel da política e dos políticos com o protagonismo popular é a única resposta possível as manifestações das ruas, além de dar a oportunidade de colocar a democracia brasileira em outro patamar.
Vivemos 10 anos de um governo que produziu muitos avanços, que incluiu milhões de brasileiros com ações e programas que mudaram a realidade do país, mas o governo diante da pressão popular viu-se imobilizado frente as manifestações, e não percebeu que ajudamos a criar uma nova classe média e não a disputamos, a nossa pouca capacidade de reação, aliada com uma política de comunicação falha produziu um desgaste que pôs em risco a nossa legitimidade.
Continuamos tendo a tarefa de disputar a sociedade, mas é a hora de dizer para onde queremos disputá-la, acredito que buscar nesta disputa que a população entenda a necessidade do governo manter a sua governabilidade e suas contradições é algo que não nos diferencia dos partidos que ao tentar administrar o estado acabam afastando-se do povo por querer apenas governar para ele.
Estamos diante de uma oportunidade histórica de ao invés de tentar acertar para o povo, poderemos governar a partir dele. Reformular o sistema político nos dá a chance neste momento de transformar o Brasil um uma República Participativa, onde o parlamento, o Judiciário e os governos iriam submeter-se a vontade popular e isso é a revolução democrática que tanto buscamos.
Precisamos resignificar a nossa atuação, acredito que as conquistas do governo do PT, que ajudaram o Brasil a produzir tantos avanços chegaram ao seu limite, mas continuamos sendo a força política que mais tem condições de conduzir o país rumo a uma nova democracia, por isso não podemos ocorrer no erro de fazer uma aliança equivocada na reforma política, a nossa reforma tem que ser a reforma do povo. Por isso, o PT deve beber na fonte que sempre bebeu, precisamos aproveitar a oportunidade e restabelecer o dialogo com os movimentos sociais organizados, sem cobrar adesismo, nós sim que precisamos nos diluir.
A nossa reforma deve ser a reforma ampla, que envolva o executivo, o legislativo e o judiciário. Precisamos, entre outras coisas, acabar com o financiamento privado nas campanhas, devemos dar mais oportunidade do povo debater a agenda política nacional, daí referendos e plebiscitos serão cada vez mais comuns e vão dar o norte para onde devemos conduzir o país.
Precisamos fazer com que a Assembleia Nacional Constituinte, seja popular. E só será se o PT refizer a sua aliança com as organizações populares, se dissermos que a nossa constituinte e o futuro congresso que ela irá regimentar serão a cara do Brasil, com paridade entre os constituintes homens e mulheres, com participação da população negra, dos índios e da juventude.
O desafio do PT é continuar a ser PT. Temos a chance. Temos a causa. Precisamos do Povo. Vamos à luta política da nossa geração.
O desafio do PT é continuar a ser PT. Temos a chance. Temos a causa. Precisamos do Povo. Vamos à luta política da nossa geração.
Nenhum comentário:
Postar um comentário