sexta-feira, 15 de março de 2013

ARTIGO: BRASIL UM MODELO DE RECUPERAÇÃO PARA A AMÉRICA

Tradução de artigo "Brazil a model of recovery for america", de Bob King, publicado originalmente no jornal Detroit News. Em 07 de fevereiro deste ano, o presidente do sindicato norte-americano dos trabalhadores na indústria automotiva e aeroespacial escreveu uma coluna no jornal Detroit News no qual cita as políticas de enfrentamento da crise adotadas pelo ex-presidente Lula como exemplos que os Estados Unidos deveriam seguir. O relato de Bob King dá conta de como Lula encontrou um país em má situação e conseguiu mudar o curso da história, graças à valorização do trabalhador e ao combate à pobreza e à desigualdade.
Leia abaixo a tradução da matéria ou clique aqui, para ler a matéria original no site do Detroit News.
Bob King é o presidente da
UAW (
United Auto Workers)
Para qualquer um que esteja buscando um exemplo singular e atual de como dar uma recarga na economia norte-americana e reduzir nossa dívida, aumentando a prosperidade e os rendimentos, é só olhar para o Brasil sob o governo do Presidente Luiz Inácio da Silva, afetuosamente chamado pelos brasileiros de “Lula”.

Duas vezes eleito presidente e deixando o cargo com 80,5% de aprovação, Lula foi metalúrgico e líder sindical antes de ascender do começo humilde como engraxate e vendedor ambulante ao cargo mais alto do país. Suas políticas tiraram mais de 20 milhões de pessoas da pobreza e mudaram o curso da historia.

De torneiro mecânico em uma fábrica de cobre Lula subiu na hierarquia sindical até se tornar dirigente em uma época em que o Brasil era governado por uma brutal ditadura militar que perseguia sindicalistas. Depois de liderar uma série de greves históricas, Lula é preso.

Depois de cumprir pena de três anos e meio – reduzida por pressão de trabalhadores brasileiros e da United Auto Workers (UAW) – Lula retornou ao sindicato, posteriormente ajudando na fundação do Partido dos Trabalhadores. Em 2002 foi eleito presidente.

Quando Lula se tornou presidente, o Brasil estava em “má forma”. A dívida pública havia dobrado sob o governo de seu antecessor, havia um enorme déficit comercial, taxas de juros que excediam os 20% e uma moeda que havia perdido metade do seu valor. Lula rejeitou a austeridade econômica e aprovou políticas visando construir uma classe média e reduzir a desigualdade. Os resultados foram impressionantes.


As medidas de prosperidade econômica de Lula aumentaram a taxa de crescimento do Brasil de 1,6% para mais de 7%. O desemprego caiu de 11% para 5,3% e o Brasil criou 15 milhões de novos empregos durante sua presidência. O salário mínimo subiu 67% e ele iniciou um programa para prover ajuda direta às mães pobres, reduzindo drasticamente a pobreza e a fome.

O Brasil suportou a crise global melhor do que quase qualquer outra nação por meio de firme regulação bancária e rejeição a políticas de austeridade. Lula também rejeitou a privatização dos serviços públicos. Em vez disso, investiu US$ 250 bilhões na infraestrutura do Brasil possibilitando que a economia se expandisse mais e com maior rapidez.

Mais importante ainda é que Lula atacou diretamente a desigualdade no Brasil. Antes de ser eleito, o Brasil tinha a 4ª pior desigualdade entre ricos e pobres do mundo. Passado algum tempo para que suas políticas começassem a funcionar, a renda dos 10% mais pobres da população cresceu a quase o dobro da taxa dos 10% mais ricos. O exemplo de Lula mostra o que pode acontecer em um país onde as vozes dos trabalhadores se fazem ouvir no processo político.

Recentemente Lula se encontrou com trabalhadores da fábrica da Nissan em Canton, no estado do Mississipi, que lhe contaram sobre as ameaças e intimidações que vêm sofrendo em sua luta por um processo eleitoral sindical justo. Lula disse que era inimaginável que a Nissan, que trabalha com os sindicatos do seu país e de todo o mundo de maneira voluntária, esteja negando aos trabalhadores de Canton o direito de se organizarem.

Lula prometeu apoio total dos sindicatos brasileiros aos trabalhadores da Nissan, trunfo que será usado em um dos mercados automotivos de mais rápido crescimento no mundo. Fique ligado.

Por Bob King, presidente da UAW – United Auto Workers.

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